Em meio a uma onda de apropriações de músicas alheias sem autorização nas chamadas MTGs (montagens), os associados Davi Kneip e Caetano Veloso dão exemplo de como fazer isto bem. O produtor e DJ Kneip adaptou “Você é Linda”, do mestre baiano, e a lançou no início de setembro tanto nas plataformas de áudio como no YouTube, através de um lyric video.
"Sempre ouvi e admirei demais o Caetano Veloso. E eu gosto muito de fazer MTG de clássicos da música para dar uma nova cara e apresentá-los a nossa nova geração. Fui atrás das liberações, e foi nessa que conheci a Paula Lavigne, que abraçou o projeto, levou minha versão até Caetano, e ele supercurtiu”, descreve Davi Kneip, que anuncia: “Agora, estamos construindo uma grande parceria para projetos ainda maiores. Sou grato demais aos dois e estou muito feliz e honrado com tudo isso que está acontecendo.”
Em vídeo gravado nas redes sociais, Caetano reagiu à faixa — “achei bacanérrima, parece arte moderna” — e chancelou o processo legal em que a autorização foi buscada e dada antes da publicação.
Lançado há um ano, o álbum “Lusco-Fusco”, da cantora e compositora Assucena, começa a ganhar registros visuais. Há algumas semanas, ela estreou o clipe de “Nu”, belo trabalho concebido por Lu Villaça, da Surreal Hotel Arts, e produção de Rube.
“'Nu' é uma celebração da liberdade e da aceitação pessoal. Com a direção sensível de Lu e a inovação tecnológica da Rube, conseguimos criar algo que realmente toca a alma,” disse Assucena, uma mulher trans que trouxe ao álbum e ao clipe um conjunto de referências às suas próprias vivências. “Trago o sexo para o lugar do sagrado. A canção narra e embala um encontro de corpos que se fundem em uma só alma, em um crepúsculo artificialmente criado por um abajur, num quarto à meia luz, no âmago da privacidade. Em um quarto onde há pecado e onde há perdão. Espero que o público sinta a mesma emoção que sentimos ao criar este trabalho.”
Enquanto começa a lançar os clipes de “Lusco-Fusco”, a cantora que se projetou na aclamada banda As Bahias e a Cozinha Mineira continua a viajar com um show em tributo a Gal Costa.
A segunda-feira (9) marcou o lançamento na TV de “Mania de Você”, releitura feita por Anitta e o produtor Hitmaker do clássico da rainha Rita Lee. A faixa é a abertura da novela homônima, nova produção das 21h da Globo. A capa do single é uma menção direta ao disco de 1979 de Rita.
“É a minha regravação em homenagem à icônica Rita Lee. Ouçam agora”, publicou a cantora em suas redes.
Com só um minuto e meio de duração, a faixa vem sendo descrita como perfeita para o consumo ultra-acelerado das plataformas, embora, nas redes, muitos tenham pedido uma versão mais longa.
“Durante a produção dessa nova faixa, a intenção foi respeitar sua identidade sonora, ao mesmo tempo em que buscamos trazer uma abordagem contemporânea. Rita sempre esteve à frente do seu tempo, assim como Anitta, e a ideia era criar algo que dialogasse com o presente, sem perder a essência que a tornou um ícone”, disse o produtor da canção à CNN Brasil.
Pedro Sampaio lançou no início de setembro seu novo álbum, “Astro”. Em 15 faixas, o disco redobra sua aposta no funk, mas vai além no mergulho em gêneros populares, com várias faixas dedicadas ao pagode. Luisa Sonza, o colombiano J Balvin, Marina Sena e DJ Topo estão entre as muitas parcerias.
“Eu nasci e cresci em uma família brasileira no subúrbio do Rio de Janeiroe, e em todo encontro de família eu ouvia axé, pagode, funk, música dos anos 80, tudo ao mesmo tempo. Cresci sendo bombardeado por várias referências”, resumiu o artista em entrevista à CNN Brasil.
A capa do álbum, que teve produção criativa de Luciano Schmitz, mostra o cantor vestido de dourado em cima de um poste de iluminação com alguns fios aparentes e uma pipa enroscada. As características tipicamente brasileiras vêm novamente ao encontro da lembrança de suas raízes.
“Eu sou um artista brasileiro e não tenho pretensão em fazer música para parecer um gringo, tenho pretensão de fazer uma música para parecer brasileiro. Por isso que eu faço (o remix da música) ‘Cavalinho’, por isso que eu faço ‘Ensaio das Maravilhas’, e é por isso que acho que tenho muita abertura no mercado fora do Brasil”, comentou o músico e produtor.
Foi cheio de simbolismo o lançamento, no último 5 de setembro — Dia da Amazônia e também Dia Internacional da Mulher Indígena — do terceiro álbum de estúdio da cantora e compositora Kaê Guajajara. Uma viagem sonora que mistura sonoridades ancestrais ao funk, ao house e a outras batidas eletrônicas, “Forest Club” evoca uma floresta dançante, eletrônica, festiva.
“O disco é uma expressão do futuro, onde uma jovem indígena no ano de 2087 está viva e feliz em uma cidade que coexiste com a natureza, onde a principal ostentação é o bem viver coletivo, celebrando a diversidade entre todos os povos. Neste álbum, eu dediquei o meu sonho de um melhor presente e futuro, convidando muitos parceiros musicais que partilham da mesma vontade. Espero que o movimento Forest Club seja contagiante!”, ela diz.
São 18 faixas produzidas por Patrick Dias Couto e direção artística dele e de Kaê. Já a direção executiva é assinada pelo coletivo Azuruhu, composto por artistas indígenas. Participam das faixas estrelas como o português Dino D’Santiago, além de Gaby Amarantos, Rincon Sapiência, Pablo Bispo, Felipe Cordeiro, Manoel Cordeiro, Joss Dee, DJ Salu, Ruxxel, DJCasDaGrock, Casa de Onijá e DJ Kaim.
Filho da inesquecível Cassia Eller, Chico Chico acaba de lançar seu segundo álbum solo, “Estopim". Com produção de Pedro Fonseca, as 11 faixas passam por samba, MPB, toada de bumba meu pai e toques de pop-rock psicodélico.
“Sou confuso pra caramba, eu acho que o álbum diz isso bastante bem, porque ele tem uma pegada meio de colagem, né?", disse o artista ao jornal Correio Braziliense.
Chico Chico levou anos juntando composições. “Acorda Zé”, por exemplo, é de 2018.
“(O disco) é meio uma mistura dessas coisas, um apanhado de músicas. Mas o conceito do álbum começou a ser criado e pensado este ano”, resumiu o artista, cuja missão foi fazer um passeio pela riqueza de sonoridades do nosso país criando uma fluida união entre tudo: "Acho que conseguimos fazer com que tudo converse, sabe? A gente conseguiu amarrar as músicas bem dentro do álbum.”
Viola, violão, violino, vozes indígenas, o timbre suave de LuizGa. “Real Cinema”, recém-lançado EP desse cantor e compositor mineiro, é um amálgama sonoro cheio de poesia e experimentações. Gravado parcialmente ao vivo, parcialmente em estúdio, tem cinco faixas compostas pelo artista, que estourou como Luiz Gabriel Lopes nas bandas Graveola e Rosa Neon, ou por parceiros.
Uma delas, “Yame Awa Kawanay”, é de Maxi Huni Kuin, e é cantada na língua Hantxa Kuin, falada por povos amazônicos da região fronteiriça entre Brasil, Peru e Bolívia.
"É um disco que pega aquele quente do take ao vivo, aquela imprecisão viva, mas descontextualizando um pouco o tradicional ao vivo e passando a usar isso mais como matéria-prima. Isso trouxe uma personalidade muito interessante na sonoridade. Destaco também a presença do violinista português João Silva, que aparece em três das cinco faixas. Ele criou arranjos maravilhosos, todos gravados posteriormente em Barcelona, na Espanha”, disse LuizGa, para quem “Real Cinema” dialoga fluentemente com sua discografia solo, iniciada em 2010, com o álbum “Passando Portas”, continuando com “O Fazedor de Rios” (2026), “Mana” (2017) e os EPs “Presente” (2020), e “Sóis” (2021), além de singles como o hit "Yemamayá", de 2023, uma parceria com o produtor francês iZem.
As meninas da Venuz acabam de lançar o clipe de “3AM”, gravado ao vivo durante o festival organizado pelo grupo no Rio, o Mileniuz Fest, em junho. Formada por quatro roqueiras, a banda busca dialogar com outros gêneros.
“Quisemos fazer um clipe que mostrasse um pouco nossa essência nos palcos. Além de sermos uma banda, somos muito amigas, gostamos de nos divertir juntas, mas também levamos as coisas com muito profissionalismo”, diz Aila Dap, vocalista da banda, que divide o projeto com Renata Vianna (guitarras), Carolina Guterres (baixo) e Juliana Valente (bateria).
No clipe, Aila aparece fazendo pole dance, e toda a posta em cena é uma celebração da sororidade e da diversão noturna como remédio para esquecer um amor perdido.